Cada ser humano sente a passagem do tempo de uma maneira diferente, tudo depende das experiências de vida e características de cada um, ou seja, a personalidade é determinante.
Todas as pessoas têm a consciência de que a passagem do tempo é algo inevitável, no entanto, há pessoas que não interiorizam essa ideia, quase a recusando. Um exemplo é a forma como alguns são indiferentes às datas de aniversário. Para essas pessoas não é nada mais nada menos que mais um ano de vida. Contudo, há pessoas que, por aceitarem que o tempo passa e é finito, aproveitam a vida e os seus dias ao máximo, celebrando entusiasticamente todos os aniversários.
Na poesia de Ricardo Reis, defende-se o prazer do momento, o “Carpe Diem”, como caminho para a felicidade. O Epicurismo, que é uma das características temáticas da sua poesia, propõe a aceitação das leis do destino, desafia a ter consciência da passagem do tempo e da efemeridade da vida.
Citando Álvaro de Campos, no poema “Aniversário”, “ Hoje já não faço anos./ Duro/ Somam-se-me dias./ Serei velho quando for./ Mais nada”, o sujeito lírico apenas realça que simplesmente perdura porque está vivo e nada mais. Por ele, os dias passam e nada lhe acrescentam.
Na atualidade, estamos a atravessar uma pandemia que nos impede de “viver” há quase um ano. Não que o tempo tenha parado, mas a nossa vida parece ter congelado. Apesar disso, 2021 chegou e todos nós sentimos que não usufruímos do tempo que tivemos, ou seja, os mesmos 366 dias que compunham 2020.
Em suma, podemos afirmar que as circunstâncias pelas quais passamos e os nossos traços de personalidade ditam em larga medida a maneira como percecionamos a passagem do tempo, mas nunca como este ano passado ficou tão demonstrado o quanto o nosso tempo é finito.
Beatriz Rodrigues de Carvalho 12ºE