As docentes de Educação Especial – Domínio da Visão, Alexandra Macedo, Ana Duarte e Vânia Couto assinalaram nos dias 13 e 14 de outubro o Dia Internacional da Bengala Branca que se comemorou no dia 15 de outubro. A bengala branca simboliza a independência, liberdade e confiança das pessoas portadoras de cegueira. Através de uma aprendizagem específica estes indivíduos utilizam a bengala em conjunto com os outros sentidos. O primordial objetivo da comemoração deste dia é a sensibilização para a utilização deste instrumento de orientação e mobilidade pelas pessoas com limitações sensoriais no domínio da visão. Para tal realizaram-se atividades que incidiram na história e importância da bengala branca para os portadores de deficiência visual junto das turmas 2.ºA e 4.º da EB de Santiago, 5.º C e 8.º A da EB 2/3 João Afonso.
Atividades desenvolvidas
História da Bengala Branca
Como surgiu a bengala branca?
Há muito, muito tempo…
…depois da II Guerra Mundial, quando muitos soldados americanos, que tinham ficado cegos em batalhas, foram enviados para hospitais em Valley Forge e Dibble com o objetivo de realizarem posteriormente o programa de reabilitação para cegos em Avon, Connecticut.
E agora, o que fazer?
Os instrutores deste programa não ensinavam técnicas ou permitiam o uso da bengala, pois estas eram proibidas. Contudo, durante as orientações, encorajavam estes pacientes a estarem atentos e utilizarem estratégias como ecolocação ou visão facial. A ecolocação é a habilidade de localizar-se e orientar-se auditivamente pelo eco dos sons em obstáculos, a partir da emissão de estalos com a boca ou com os dedos, palmas, batidas com a própria bengala ou com os sons dos passos.
Mas seriam estas técnicas suficientes?
NÃO, por isso eles recrutaram Warren Bledsoe e Richard Hoover porque ambos tinham trabalhado na Escola de Cegos em Maryland. Bledsoe, antes de entrar no exército, tinha sido encenador e professor de Inglês, enquanto Richard Hoover foi treinador atlético e ensinou Matemática naquela escola, tornando-se, posteriormente, oftalmologista.
Um dia, …
quando o conselho em Valley Forge discutia sobre o que fazer com um grupo recém-chegado de soldados cegos, Hoover considerou que a primeira coisa que eles deveriam saber era como circular e que para isso precisavam de uma bengala.
Então, …
Hoover começou a desenvolver uma técnica de bengala. Para isto, vendou-se a fim de tentar várias técnicas e pediu a muitos outros para experimentarem também. Depois de muitas tentativas e erros, percebeu que era necessária uma bengala leve movida em arco à frente da pessoa e tocando no lado oposto do pé que avança. Esta técnica da bengala de Hoover, também chamada técnica de toque da bengala, revolucionou a mobilidade independente da pessoa cega.
Assim, …
Bledsoe e outros instrutores aprenderam a técnica do toque de bengala e, juntamente com Hoover, ensinaram-na aos soldados cegos que estavam no Hospital de ValleyForge. Russ Williams, um dos soldados que ficou cego foi o primeiro a aprender esta técnica.
Entretanto, …
Russ Williams começou a desenvolver técnicas e a desafiar as suas habilidades para alcançar e ampliar a sua independência, regressando a Valley Forge onde ensinou braille e outras habilidades e aconselhou outros soldados que também tinham ficado cegos.
Em conclusão, …
o êxito no desenvolvimento das técnicas e programas de Orientação e Mobilidade é atribuído, em grande parte, à determinação de Russ Williams na aprendizagem e no ensino dos seus conhecimentos e, também, à sua grande expectativa e confiança na aprendizagem e aplicação destas técnicas por outros veteranos também cegos.
Área Disciplinar Educação Especial – Domínio da visão