As primeiras luzes do amanhecer banham as ruas de Cracóvia, a antiga capital da Polónia, em tons dourados e rosados, anunciando o início de um dia repleto de descobertas. À medida que os alunos se reúnem em frente ao hotel, a ansiedade e o entusiasmo borbulham no ar, alimentados pela promessa de explorar os ricos tesouros históricos e culturais que esta cidade milenar tem para oferecer.
O nosso grupo, constituído por 45 alunos e 4 professores, viveu uma experiência diferente e marcante durante o tempo que passámos na deslumbrante cidade de Cracóvia, entre os dias 6 e 10 de março.
Esta viagem permitiu-nos descobrir a história do povo judeu e a fascinante complexidade da sua cultura. Desde o início, ao ficarmos alojados no bairro judaico Kazimierz, entrámos no espírito do roteiro da nossa ida à cidade: passear pelas ruas que remontam ao século XIV, conhecer sinagogas e visitar o Museu Judaico Galícia.
Para lá do bairro Kazimierz, percorremos caminhos que nos mergulharam no rico passado de Cracóvia, como a Basílica de Santa Maria ou o Castelo de Wawel, em que ouvimos, com atenção e curiosidade, a lenda do dragão, símbolo da cidade.
Como sabemos, a ligação histórica entre Cracóvia e os judeus não se resume à sua presença e herança cultural; o Holocausto, um momento da humanidade sobre o qual é difícil pensar, não é, de forma alguma, esquecido pela cidade. A nossa viagem passou também pelo despertar de consciência acerca deste tema: visitar o gueto de Cracóvia e os campos de concentração de Plaszow, Auschwitz e Birkenau foi uma experiência impactante; é custoso escrever sobre ela, descrever as emoções e reflexões que provocou. Porém, não devemos nunca tratar os erros do Homem como um tabu, impedir que sejam divulgados, “Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la” (Edmund Burke).
Auschwitz foi o maior campo de concentração e extermínio estabelecido pelo regime nazi durante a Segunda Guerra Mundial. Milhões de pessoas, a maioria delas judeus, foram deportadas para Auschwitz, onde muitas foram mortas em câmaras de gás ou através de trabalho forçado, fome e doenças. O local é um símbolo sombrio do Holocausto e uma lembrança da atrocidade do genocídio perpetrado pelos nazis.
A nossa curta estadia em Cracóvia não se resumiu a um passeio turístico ou a uma aula de História in loco. O espírito de grupo, as amizades, os momentos de descontração e o companheirismo são outra faceta destes dias, que ficarão na nossa memória. Nas alturas de maior cansaço físico ou abalo emocional, a entreajuda, a solidariedade e a partilha entre todos foram fonte de força e vida. Agradecemos a todos, colegas e professores, por esta experiência única!
Mercês, Matilde Ferreira e Nina Andrade/11ºD