Nos últimos meses de mandato do autarca social-democrata, surgiram várias novas edificações em Aveiro – tenham elas sido oportunas ou não. E apesar de terem sido realizadas obras de extremo interesse para o município, houve sem dúvida gastos desnecessárias, com resultados pouco impactantes. “É uma honra para Aveiro ter um projeto desta qualidade e dimensão elaborado, ao pormenor, por um dos maiores arquitetos do país”, foram as palavras do atual presidente da CMA, aquando do fim das recentes obras do adro da sé e da construção de uma estrutura monumental realizada pelo ilustre arquiteto Siza Vieira, que evoca a muralha que ali existiu até ao século XIX. Esta nova torre de 10 metros de altura consubstancia num ótimo exemplo de uma obra que nada edificou. Como se não bastasse, o autarca afirmou com toda a certeza que este monumento seria um importante contributo para o crescimento histórico, cultural, social e económico da cidade. Tal como era previsível, esta obra foi alvo de inúmeras críticas, mas algo que os aveirenses não veem, é que esta obra foi uma clara aplicação de uma famosa fórmula para garantir o crescimento económico da cidade – construir um mamarracho no centro de uma rotunda. Não há coisa mais clara, que a nova “Porta do Sol” é uma grande mais-valia para o município, e responde a uma grande necessidade da população aveirense. Apesar de ainda haver necessidades que requerem um investimento urgente, é essencial dispensar parte do orçamento municipal neste tipo de infraestruturas. Será anormal não aceitar esta ideia facilmente?
Pedro Roberto Jorge 12.ºA, Clube de Jornalismo