Artigo da Revista Portuguesa de Investigação Educacional
Esta pesquisa resulta do trabalho como docente do Agrupamento de Escolas de Aveiro (AEA) a exercer funções no Estabelecimento Prisional de Aveiro (EPA), na formação escolar e profissional de reclusos que frequentam Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA), dos níveis B1, B2, B3 e Secundário. Trata-se de uma investigação qualitativa, que seguiu uma abordagem metodológica de aproximação à Investigação-Ação (I-A), centrada no estudo de caso do EPA, com a finalidade de conhecer as consequências da crise pandémica da covid-19 na organização, gestão e desenvolvimento das atividades escolares dos reclusos. Como técnicas de recolha e produção de dados privilegiaram-se as entrevistas semiestruturadas aos formandos, professores, formadores e direção do EPA; a observação direta e participada nas aulas realizadas no parlatório, através da barreira de acrílico, e; os registos dos reclusos relativos às atividades de trabalho autónomo, mediados pela direção do EPA. Como técnica de análise e tratamento de dados privilegiou-se a análise de conteúdo de toda a informação recolhida. Os resultados revelam a existência de outros constrangimentos na organização e gestão dos recursos educativos aplicados às atividades de ensino em ambiente prisional, ultrapassando de longe os limites já existentes num contexto não pandémico.
Orquídea Martins | Luísa Orvalho