Mais uma vez a EB de Santiago foi chamada a desempenhar o papel de acolher as crianças cujos pais não podiam ficar em casa com eles. Foram perto de 60 crianças, dos 3 aos 12 anos, que recebemos com carinho e entusiasmo. Foi com determinação que acompanhamos o desempenho académico de cada um, ao mesmo tempo que tentávamos fazê-los esquecer os tempos difíceis que todos atravessávamos.
No Jardim de Infância, os mais novos puderam usufruir dos espaços exteriores explorando-os com a sua curiosidade enérgica: desenhos na terra, cinema ao ar livre, culinária criativa, médicos em ação, histórias criadas ou recriadas. Em dias de chuva, dentro das salas, a criatividade e fantasia foram estimuladas com múltiplas atividades: o castelo, a casinha-caixa, os fantoches, construções com materiais reciclados. Algumas experiências cientificas também encontraram o seu espaço no aprender brincando: as minhocas, as flores coloridas, a borboleta equilibrista, a joaninha teimosa, os palitos mágicos…
Na escola, os mais velhos transformaram as salas de aula em salas de “call center” onde cada um, frente ao seu computador, seguia atentamente as aulas com os respetivos professores. As mesas encheram-se de livros e cadernos com múltiplas tarefas escolares para cumprir. As professoras de acolhimento desdobraram-se em funções de explicadoras e técnicas de informática, tentando dar resposta a todas as dúvidas e solucionar o máximo possível das contrariedades que surgiam. No tempo livre, as brincadeiras próprias de crianças tomaram conta do recreio que se encheu de vida e alegria.
No final de mais esta experiência, convidamos as crianças a dar a sua opinião sobre a escola de acolhimento e as respostas foram invariavelmente muito positivas, o que deixa a todos quantos aqui estiveram presentes, orgulhosos da sua tarefa e com o sentimento de dever cumprido.
Esperamos ter feito o melhor por estas crianças. “Tomamos conta” destas crianças como se fossem nossas e já nos deixam saudades.
A ação desenvolvida no Centro Escolar de Santiago, mais uma vez, fez a diferença para estas crianças, em tempos de pandemia e confinamento.
Joaquina Conceição Esteves Mourato
Aveiro, 12 de março de 2021